No início da tarde desta sexta-feira (17), o juiz Sergio Moro suspendeu o andamento do inquérito da Polícia Federal que investiga o bilhete escrito por Marcelo Odebrecht, preso na14ª fase da Operação Lava Jato, aos advogados que o representam.
A decisão foi tomada após a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) solicitar pedido de providência por violação de sigilo profissional.
O bilhete continha a mensagem "destruir e-mail sondas" e foi avaliado pela Polícia Federal como uma possível tentativa de eliminar provas da operação, que investiga um esquema bilionário de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras.
“Por ora, em vista das questões colocadas e por cautela, determino à autoridade policial responsável (...) que suspenda a tramitação do referido inquérito, até decisão deste Juízo a respeito das questões suscitadas”, diz trecho do despacho. Moro afirmou ainda que a apreensão do bilhete é novidade.
Marcelo Odebrecht foi preso, em 19 de junho, com outros funcionários da empresa, por ser suspeito de participar das irregularidades. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) e com a Polícia Federal, a Odebrecht tinha um esquema sofisticado de corrupção, com pagamento de propina a diretores da estatal por meio de contas bancárias no exterior.
Para a investigação, o e-mail mencionado no bilhete é uma prova do envolvimento da Odebrecht.
O bilhete foi visto por carcereiros da Polícia Federal em uma triagem de rotina durante a visita de advogados a Marcelo Odebrecht. Os agentes fizeram uma cópia e entregaram o original aos juristas. Mais tarde, o inquérito foi aberto. A seccional paranaense da OAB informou que está com o bilhete original.
1ª depoimento
O despacho foi publicado no início da tarde, pouco tempo após Marcelo Odebrecht prestar o primeiro depoimento à Polícia Federal desde a prisão. Ele afirmou, conforme a advogada que o representa, Dora Cavalcanti, que a mensagem não tinha o intuito de orientar os advogados dele a eliminarem provas da Operação Lava Jato.
“O depoimento dele foi excelente. Uma vez mais ele foi claríssimo que aquela anotação 'destruir e-mail' nada mais era do aniquilar o conteúdo do e-mail, resgatando o seu histórico, e aquele e-mail que já estava em poder da polícia desde a fase ocorrida em novembro", disse Cavalcanti.
Marcelo Odebrecht foi preso, em 19 de junho, com outros funcionários da empresa, por ser suspeito de participar das irregularidades. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) e com a Polícia Federal, a Odebrecht tinha um esquema sofisticado de corrupção, com pagamento de propina a diretores da estatal por meio de contas bancárias no exterior.
Para a investigação, o e-mail mencionado no bilhete é uma prova do envolvimento da Odebrecht.
O bilhete foi visto por carcereiros da Polícia Federal em uma triagem de rotina durante a visita de advogados a Marcelo Odebrecht. Os agentes fizeram uma cópia e entregaram o original aos juristas. Mais tarde, o inquérito foi aberto. A seccional paranaense da OAB informou que está com o bilhete original.
1ª depoimento
O despacho foi publicado no início da tarde, pouco tempo após Marcelo Odebrecht prestar o primeiro depoimento à Polícia Federal desde a prisão. Ele afirmou, conforme a advogada que o representa, Dora Cavalcanti, que a mensagem não tinha o intuito de orientar os advogados dele a eliminarem provas da Operação Lava Jato.
“O depoimento dele foi excelente. Uma vez mais ele foi claríssimo que aquela anotação 'destruir e-mail' nada mais era do aniquilar o conteúdo do e-mail, resgatando o seu histórico, e aquele e-mail que já estava em poder da polícia desde a fase ocorrida em novembro", disse Cavalcanti.
Esta justificativa tem sido adotada pela equipe de defesa do executivo desde que o bilhete se tornou público. De acordo com os advogados, Odebrecht teve a oportunidade de ler o mandado de prisão expedido contra ele e fez considerações para auxiliar os juristas na elaboração do pedido de habeas corpus.
2º depoimento
Está previsto para esta tarde mais um depoimento envolvendo a Odebrecht. A programação é para que a Polícia Federal interrogue além de Marcelo Odebrecht, os presos Márcio Faria da Silva, Alexandrino de Salles Ramos de Alencar e César Ramos Rocha - também presos durante a 14ª fase da Operação Lava Jato suspeito de participarem de pagamento de propinas.
Está previsto para esta tarde mais um depoimento envolvendo a Odebrecht. A programação é para que a Polícia Federal interrogue além de Marcelo Odebrecht, os presos Márcio Faria da Silva, Alexandrino de Salles Ramos de Alencar e César Ramos Rocha - também presos durante a 14ª fase da Operação Lava Jato suspeito de participarem de pagamento de propinas.
Entretanto, a advogada Dora Cavalcanti adiantou que todos devem ficar calados, ou seja, não responderão aos questionamentos dos agentes. A orientação foi protocolada junto ao inquérito envolvendo a empresa.
"Enquanto os peticionários estavam soltos, esse respeitável Departamento de Polícia Federal do Paraná ignorou solenemente seu propósito de esclarecer os fatos, e não se dignou a marcar um único depoimento de nenhum dos quatro", diz trecho da petição.
Para a Cavalcanti, a Polícia Federal se aproveita do constrangimento inerente à prisão cautelar. "Eis que agora, com os peticionários presos há quase um mês e no apagar das luzes do inquérito, subitamente surge o interesse em ouvi-los no último dia do prazo de encerramento da investigação".
O prazo para a Polícia Federal concluir o inquérito foi prorrogado, sendo sábado (18) a data final.
E-mail sondas
O e-mail citado no bilhete é considerado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, uma prova da participação da Odebrecht no cartel montado pelas empresas prestadoras de serviços à Petrobras.
O e-mail citado no bilhete é considerado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, uma prova da participação da Odebrecht no cartel montado pelas empresas prestadoras de serviços à Petrobras.
A mensagem foi enviada por Roberto Prisco Ramos – ex-funcionário da Braskem, braço petroquímico da Odebrecht – para Odebrecht e executivos. No documento, é feita referência à colocação de sobrepreço de até U$S 25 mil por dia a um contrato de operação de sondas, o que, segundo Moro, está relacionado a contratos da empresa com a Petrobras.
Prisco Ramos ainda faz uma ressalva quanto ao envolvimento da UTC e da OAS, “para que eles não venham a se tornar futuros concorrentes na área de afretamento e operação de sondas”.
À época, em nota, a Braskem informou que Roberto Prisco Ramos já não era funcionário da Braskem quando enviou o email, tendo sido transferido no ano anterior para outra empresa do Grupo Odebrecht. Informou ainda que o conteúdo da mensagem, inclusive a operação de sondas, não tem relação com qualquer atividade da Braskem.